Em uma publicação na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências, a equipe explica que esses compostos nitrogenados são essenciais para a formação de todas as proteínas, bem como o RNA e o DNA, o que significa que eles são cruciais para a vida como a conhecemos. Embora esta não seja a evidência “final” para a vida em outros planetas que os cientistas geralmente focam – que seria o carbono orgânico, que só pode ser produzido por seres vivos – a principal autora do estudo, Jennifer Stern, geoquímica da NASA, disse, acrescentando que o nitrogênio é uma peça importante do quebra-cabeça.
“As pessoas querem seguir o carbono, mas há outros nutrientes tão importantes como para a vida”, disse Khan.
O nitrato em questão foi detectado pelo instrumento de análise de amostras do Curiosity (SAM) na forma de óxido nítrico, que se acreditava ter sido liberado pela quebra de nitratos, enquanto o rover aquecia sedimentos de rocha e poeira marcianas coletadas a partir de três locais próximos ao seu local de pouso na cratera Gale. Nitratos (NO3) são uma forma “fixa” do azoto, o que significa que eles podem reagir com outras moléculas para formar a vida, ao contrário do azoto gasoso que é abundante nas atmosferas de Marte e da Terra.
Mas é importante notar que não há nenhuma evidência que o nitrato descoberto foi produzido por organismos vivos. Mas já há evidências de que a cratera Gale uma vez continha água líquida e matéria orgânica bilhões de anos atrás, e tinha um clima potencialmente habitável. Assim, a descoberta de nitrato sugere que a vida poderia ter se formado nas condições certas.
“Encontrar uma forma bioquimicamente acessível de nitrogênio dá mais apoio de que o ambiente marciano antigo era habitável”, disse Stern em um comunicado de imprensa.
O próximo passo é ter certeza de que o processo de criação do nitrogênio aconteceu no passado distante, e como.